:: quarta-feira, março 31, 2004 ::

Esta é a ordem na qual as obras das listas da Fuvest e da Unicamp serão dadas:

O velho da horta - Gil Vicente (Unicamp)
Memórias de um Sargento de milícias - Manuel Antônio de Almeida (Fuvest)
O demônio familiar - José de Alencar (Unicamp)
O primo Basílio - Eça de Queirós (Fuvest)
Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (Fuvest)
A brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco (Unicamp)
Várias histórias - Machado de Assis (Unicamp)
Poesia completa de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa (Fuvest)
Macunaíma - Mário de Andrade (Fuvest)
Libertinagem - Manuel Bandeira (Fuvest)
A hora da estrela - Clarice Lispector (Fuvest)
Sagarana - João Guimarães Rosa (Fuvest)
Brás, Bexiga e Barra Funda - Alcântara Machado (Unicamp)
Angústia - Graciliano Ramos (Unicamp)
Vestido de noiva - Nelson Rodrigues (Unicamp)
Manuelzão e Miguilim - Guimarães Rosa (Unicamp)
Os cus de Judas - Antonio Lobo Antunes (Unicamp)


Postado por Fabi às 3:12 PM
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:: terça-feira, março 30, 2004 ::

Continuação Semana 1
Tema: Novelas de cavalaria

A prosa medieval (séculos XII a XIV) – As canções de gesta e as novelas de cavalaria

Como já conversamos bastante em sala de aula, as primeiras manifestações de literatura na Idade Média nasceram na oralidade, transmitidas por gerações, antes de ganharem um registro escrito em papiros, pergaminhos ou livros. A s histórias, as narrativas e até a poesia gravavam-se inicialmente na memória dos ouvintes. Existiam artistas que se encarregavam de divulgar essa cultura oral: entre os gregos, eram os aedos ou rapsodos; entre os celtas, os bardos; entre os povos românicos medievais, os jograis.
Nessa fase pré-literária, surgem as canções de gesta, composições em verso que exaltavam o espírito guerreiro, os heróis e lendas do norte da França e da Inglaterra, oralizadas pelos bardos bretões. Essas narrativas tratavam de feitos e batalhas da Cavalaria, organização paramilitar destinada à defesa do mundo cristão e ao fortalecimento do poder senhorial. As primitivas canções de gesta refletiam a rudeza e a violência dessa época sombria e modelaram uma infinidade de heróis guerreiros. Com a estabilização da Europa cristã, essas narrativas vão se alargando, incorporando outras personagens, cristalizando-se em lendas que transcendiam qualquer aspecto individual. Deixam de ser expressas em versos para serem feitas em prosa, deixam de ser cantadas para serem lidas. Em prosa, as canções de gesta transformam-se em novelas de cavalaria.
Paralelamente, a Igreja Católica decide, no Concílio de Clermont, 1095, a organização da Primeira Cruzada, institucionalizando a cavalaria cristã. Os cavaleiros andantes feudais, que muitas vezes haviam se transformado em bandoleiros ou desocupados, são reconvertidos e tornam-se agentes da fé, heróis, comprometidos com a defesa dos fracos e oprimidos, altruístas, a serviço não mais apenas do senhor feudal, mas da salvação da alma. Começa a surgir, então, o perfil moral idealizado de cavaleiro medieval, elemento que irá influenciar bastante na concepção de amor cortês presente nas cantigas líricas medievais. O “serviço” amoroso do cavaleiro medieval por uma mulher dama da nobreza está baseado na mesma devoção que os cavaleiros dirigem às santas do imaginário cristão, principalmente à Virgem Maria. Todas as virtudes do cavaleiro (força, coragem, altruísmo) não são mais postas a serviço do amor carnal, mas de um ideal de amor espiritualizado, que se aproxima do religioso.


As novelas de cavalaria em Portugal
As novelas de cavalaria, traduzidas do francês, ganharam popularidade em Portugal no século XIII, durante o reinado de D. Afonso III. Adaptadas às condições portuguesas, seu meio de circulação era a nobreza e a fidalguia. Não há nessa época nenhuma novela ou nenhum herói português. Dos três ciclos que agrupam as novelas de cavalaria, somente a matéria da Bretanha, o chamado ciclo bretão ou arturiano, teve grande popularidade em Portugal.

1. Ciclo clássico (Greco-latino): sem grande repercussão em Portugal, as novelas desse ciclo giram em torno da Guerra de Tróia e das gestas de Alexandre Magno, transportando-se para a Idade Média os lugares e os heróis da Antigüidade, “medievalizados” em seus hábitos e psicologia.

2. Ciclo carolíngio: o herói do ciclo é o próprio Carlos Magno, com os seus doze pares de França, na luta contra os árabes e saxões. Em Portugal, este ciclo tem uma representação mais perceptível, como exemplo da repercussão deste ciclo temos os relatos poéticos que Almeida Garret inclui, no século XIX, no Romanceiro. Outra marca da influência diz respeitos a nomes próprios que foram incorporados: Rolando, Beltrão, Roldão, Alda e outros. As novelas deste ciclo são exclusivamente sobre guerras, às vezes até excessivamente sanguinolentas.

3. Ciclo Bretão ou arturiano: no mesmo meio palaciano em que se apreciava a poesia lírica trovadoresca, circulavam inúmeros de aventuras de amor e cavalaria, a matéria da Bretanha, difundidos em poemas jogralescos e finalmente fixados em prosa. São diversas as manifestações e influências da matéria da Bretanha na cultura e na literatura portuguesa: o profetismo sebastianista (a esperança de novos tempos que seriam inaugurados pela chegada de um predestinado), as lendas fantásticas e o sentido de fidelidade amorosa são alguns exemplos. O ciclo bretão compreende 3 fases: O livro de José de Arimatéia, no qual é narrada a história do homem que recolheu o sangue de cristo no cálice sagrado, o Santo Graal, e lhe deu um sepulcro digno após a morte; Merlim, na qual se conta a história do mago conselheiro do rei Artur, o lendário monarca bretão cujo corpo é desaparecido, e sua origem mágica; e A demanda do Santo Graal, na qual é narrada a busca do rei Artur e os cavaleiros da távola redonda pelo Santo Graal, como um exemplo da honra e da dignidade do grupo. Sacrifícios, aventuras, amores proibidos, vitórias e intrigas compõem esta narrativa que ganhou milhares de adaptações na literatura contemporânea (As brumas de Avalon), adaptações para o cinema e permanece viva na cultura popular.


Semana 2
Tema: Humanismo


“O homem é a medida de todas as coisas” (Protágoras)

* O que foi o Humanismo?
O Humanismo foi um movimento intelectual que se iniciou na Itália, no chamado “outono da Idade Média” (fim do século XIII e século XIV), caracterizado por um esforço para realçar a dignidade do espírito humano e para valorizá-lo, começando a afastar o obscurecimento intelectual vivido na Idade Média, com o Teocentrismo. Resgata-se, assim, traços da cultura antiga para a cultura moderna. “O Humanismo não é apenas o gosto pela antigüidade clássica greco-latina, é o seu culto; culto que não se limita a adorar, mas esforça-se por reproduzir. Humanista é não só o homem que conhece os antigos e neles se inspira; é aquele que está de tal modo fascinado pelo seu prestígio que os copia, os imita, adota os seus modelos, os seus exemplos, os seus deuses, o seu espírito e a sua língua” (Philippe Monnier, Le Quattrocento). Nesse sentido, o Humanismo é o movimento cultural e literário que antecede o Renascimento e que começa a realizar a transformação para um mundo antropocêntrico, revalorizando as artes, a ciência e o pensamento filosófico. Seus precursores, os italianos Dante Alighieri e Francesco Petrarca, iniciaram o resgate e a divulgação dos autores greco-romanos, cujos textos estavam escondidos nas bibliotecas dos monastérios medievais.

Panorama histórico (geral):
· desenvolvimento do comércio;
· surgimento da burguesia e das cidades;
· aliança entre o rei e a burguesia;
· invenção da imprensa;
· divulgação da cultura clássica
· grandes navegações.

* Perfil do homem do Humanismo: identifica-se com o racionalismo, com a ciência, com o ideal burguês do lucro e da prosperidade; voltado para a terra, para a inteligência, para o corpo, para o prazer e a aventura, consciente de que o conhecimento e a ação humana são essenciais para a transformação do mundo.

Importante: o sistema feudal e o teocentrismo não desapareceram repentinamente, embora alguns fatos tenham contribuído para seu abalo – a Peste negra (em Portugal, em 1348, a peste eliminou mais de 1/3 da população), a Guerra dos cem anos, entre França e Inglaterra (1346 a 1450), em que Portugal e Espanha se envolveram ora como aliados, ora como inimigos, e as crises internas da Igreja, que chegou a ter dois papas simultâneos (um em Roma, outro em Avignon, na França).

A principal característica do período Humanista em Portugal é o bifrontismo, ou seja, a coexistência de resíduos medievais (teocentrismo, feudalismo, ideais cavaleirescos) com antecipações do Renascimento (antropocentrismo, mercantilismo, pragmatismo burguês).

Leitura adicional – A Divina Comédia e as fontes do Humanismo

A Divina Comédia, de Dante Alighieri, uma das obras-primas de todos os tempos, é a síntese ideológica e estética deste momento de transição da Idade Média para o Renascimento e, ao mesmo tempo, é o primeiro grande clássico da cultura ocidental no mundo moderno, isso se deve ao fato de a obra ter sido escrita em italiano, uma língua jovem e vulgar, para época. A divina comédia revela, por meio de uma complexa simbologia, a peregrinação do homem em busca da perfeição moral e espiritual; é, também, um poema didático-alegórico, no qual se expõem os vícios e virtudes do homem daquele momento histórico, em que se narra a peregrinação do próprio poeta, Dante, pelos 9 círculos do Inferno, pelos 9 patamares do Purgatório e pelos 9 céus do Paraíso. Durante as passagens pelo Inferno e pelo Purgatório, Dante é guiado pelo poeta latino Virgílio, demarcando simbolicamente a união pretendida pelos humanistas entre a cultura clássica e a daquele momento histórico. Quando chega ao Paraíso, Dante é recebido e guiado à redenção espiritual por sua amada Beatriz, mulher convertida em símbolo da graça divina.
É interessante notar que, mesmo se tratando de uma atmosfera fantástica e inverossímil, afinal Dante está vivo e percorre estes espaço míticos, os personagens e os fatos com os quais se depara são bastante reais. Uma curiosidade: a expectativa máxima de vida de um homem era de 70 anos, portanto, logicamente, a metade de sua vida era aos 35 anos, justamente a idade de Dante na narrativa. E por que esta idade? Pois esta era a idade crítica de crise dos ideais da juventude e início da maturidade. Por isso, o poeta se diz numa “selva escura”, “no meio do caminho”.
A divina comédia acabou se tornando um dos maiores clássicos da literatura ocidental porque acaba sendo uma alegoria da história da humanidade, uma vez que o protagonista assume o papel simbólico de cidadão do mundo, que sofre e luta para alcançar os ideais de união, justiça e amor na Terra e crê em um mundo melhor no Além. O Paraíso de Dante, reino da harmonia cósmica, social e individual, é fruto do saber (a inteligência, personificada por Virgílio), do querer (a vontade, personificada em Dante) e do poder (a graça divina, Beatriz).

O contexto histórico-cultural do Humanismo em Portugal (1434-1527)
1434 – nomeação de Fernão Lopes para o cargo de Cronista-mor da Torre do Tombo (o arquivo oficial da corte portuguesa), encarregado pelo Rei D. Duarte de escrever a história dos reis que o precederam no trono português. Este fato oficializa o mecenatismo, política cultural que transforma a Corte de Avis no centro de produção intelectual e artística, incentivada e patrocinada pela própria Monarquia.
1527 – fim do período Humanista e início do Renascimento/Classicismo; este é o ano do retorno de Sá de Miranda a Portugal, depois de uma temporada na Itália, de onde volta com o que chamou de medida nova.

O fato mais marcante deste período, na história de Portugal, é, com certeza, a Revolução de Avis (1383-1385), que marca o início do processo de centralização monárquica e a consolidação do Estado Nacional Português, em direção ao absolutismo e ao mercantilismo, com a aliança entre a monarquia e a burguesia ascendente.
Em 1383, morre D. Fernando, portanto fica como regente do trono sua esposa, a rainha D. Leonor Teles. Influenciada por um aventureiro galego, o Conde de Andeiro, a regente desenvolveu uma política de aproximação com os reinos castelhanos, contrariando as tendências de parte da nobreza e dos grandes burgueses, que escolheram como líder D. João, filho bastardo de D. Pedro I com Inês de Castro, nomeado Mestre da Ordem Militar de Avis. Em Lisboa, o povo clama pela liderança de D. João. O rei de Castela, a pedido de D. Leonor, enviou tropas para Portugal para conter os revoltosos. Porém, um jovem nobre, Nuno Álvares Pereira, liderou a resistência popular contra os castelhanos e seus aliados, mobilizando o povo a favor do Mestre de Avis. Em abril de 1385, mesmo em oposição à vontade dos nobres, D. João é proclamado rei. Ainda ocorreu uma última batalha, em 14 de agosto de 1385, na qual os portugueses saíram vitoriosos, a Batalha de Aljubarrota. Encerra-se, então, a Dinastia de Borgonha; inicia-se a Dinastia de Avis, compromissada com a burguesia mercantilista, compromisso do qual decorre a Tomada de Ceuta, em 1415, primeira conquista ultramarina. Nesse período, define-se o espírito nacionalista luso.
Outros desdobramentos culturais da Revolução de Avis:
· mecenatismo oficial, que incentivou as artes, a ciência e a literatura, principalmente, e beneficiou-se da imprensa mecânica, inventada por Gutemberg;
· o dialeto galego-português deu origem a duas línguas distintas: a língua galega (do qual se origina o espanhol) e a língua portuguesa que, a partir daí, expande-se com o Império para a África, a Ásia e a América
· consolida-se o nacionalismo, a consciência da unidade, força e grandeza, criando o ambiente moral de Os Lusíadas.

As manifestações literárias

1. Crônica histórica – Fernão Lopes
2. Poesia palaciana Cancioneiro geral, organizado por Garcia de Resende
3. Teatro popular – Gil Vicente


A crônica histórica de Fernão Lopes
Nascimento: aproximadamente entre 1380 e 1390
1418: nomeação para Guarda-mor (chefe do Arquivo) da Torre do Tombo
1434: promovido a Cronista-mor, fica encarregado de contar a história dos reis de Portugal
1454: substituído por Gomes Eanes Zurara
1460: provável ano de falecimento

3 grandes crônicas:
Crônica del-rei D. Pedro: perfil psicológico de D. Pedro I, ênfase na vingança de Pedro aos homens que assassinaram sua amada Inês de Castro, relatando todos os requintes de crueldade. Nesta crônica, temos a primeira versão do episódio de Inês de Castro, que também seria trabalhado por Antônio Ferreira e Camões.

Crônica del-rei D. Fernando: destaque para os perfis psicológicos do rei e de sua esposa Leonor Teles, figura bastante polêmica deste período, uma vez que era acusada de manipular constantemente o rei, um homem considerado fraco e com pouca aptidão para governar. É nesta crônica que se usa pela primeira vez a expressão, que depois Camões vai consagrar, “um fraco rei faz fraca gente”.

Crônica del-rei D. João I: nesta crônica é narrada em detalhes toda a Revolução de Avis, desde o momento da morte de D. Fernando. Após a proclamação de D. João rei, a ênfase está em seus feitos políticos e no intenso desenvolvimento político e cultural de Portugal. Grande base para o nacionalismo português.

Aspectos importantes da escritura de Fernão Lopes (por quais razões Fernão Lopes é considerado um autor literário)
· Bastante comprometido com a verdade histórica, o que lhe rendeu o apelido de Heródoto português;
· Imparcialidade na análise dos fatos; severa investigação das fontes; crítica histórica ao discutir a veracidade das fontes;
· Rigoroso trabalho de investigação em documentos, levantados na própria Torre do Tombo, em registros paroquiais, etc;
· Afasta-se da visão tendenciosa da Idade Média, visa um relato objetivo e sem partidarismo
· Sua visão, portanto, não é regiocêntrica (rei como centro das atenções), ousa até criticar certas atitudes dos monarcas e da nobreza em geral;
· Fornece uma visão de conjunto da sociedade portuguesa, apresentando a análise de todos os setores e, o principal, não exclui a participação popular. Pelo contrário, torna anônimos personagens da história.
· Utiliza a “nova” língua, o português arcaico
· Desenvolveu um estilo simples, porém original e agradável. Amplo domínio no uso das palavras
· Narrações se aproximam da técnica novelística, sabia muito bem criar um “clima” ao realizar a amarração dos fatos
· Traçava excelentes quadros e perfis psicológicos dos personagens, independente da condição social.

A poesia palaciana

Como o próprio nome já diz, a poesia desenvolvida por volta de 1400 era destinada à diversão nos palácios, para a corte, em festas literárias muito parecidas com o que conhecemos como saraus.

O Cancioneiro geral: a poesia produzida nessa época, nas cortes de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel, foi compilada por Garcia de Resende, no Cancioneiro Geral, impresso em 1516, quando a tipografia era muito recente em Portugal. Contém 880 composições, de 286 poetas.

Características:
· Poesia para ler: a poesia separa-se da música, ou seja, enquanto no Trovadorismo a poesia se destinava ao canto e dependia do acompanhamento musical, na fase palaciana os poemas passam a ser compostos para a leitura individual ou para a declamação.
· Os redondilhos e a medida velha: como não há mais o ritmo da música para acompanhar, o texto passa a ter ritmo próprio por meio de recursos estético-formais. A diversidade métrica e a espontaneidade das cantigas trovadorescas são substituídas pela utilização dos versos redondilhos, com duas medidas: 7 sílabas poéticas (redondilhos maiores) e 5 sílabas poéticas (redondilhos menores). A essa modalidade poética damos o nome de medida velha.
· As composições estruturais: a estrutura paralelística, comum nas cantigas trovadorescas, é substituída pela técnica do mote glosado, ou seja, o poeta vale-se de um mote (tema, motivo), que será desenvolvido na glosa. Cada estrofe da glosa constitui uma volta e deve retomar um ou mais versos do mote. As formas poéticas mais freqüentes eram: vilancete (um mote de 2 ou 3 versos, seguido da glosa composta por uma ou mais estrofes, com 7 versos, dispostos em esquemas fixos de rima); esparsa (uma única estrofe de 8 a 16 versos, destinava-se a comunicar sentimentos de tristeza e melancolia, não necessitava de mote nem de repetição de versos); cantiga (reservada aos temas amorosos, compunha-se de um mote de 4 ou 5 versos e de uma única glosa, com 8 a 10 versos); trova (número variável de estrofes, predominando as de 4 versos e as de 8 versos).
· Temas: religiosos, ético-reflexivos, moralizantes, satíricos e, principalmente, o lírico amoroso.
· O lirismo quatrocentista: o amor cortês, a súplica mortal, o sofrimento retomam a tradição trovadoresca, enriquecida com a influência do poeta Petrarca na introspecção sentimental, na análise das contradições do amor. Nessa direção, os poetas palacianos prepararam a poesia lírica de Camões e os questionamentos futuros do Barroco. Enfim, o eu-lírico masculino permanece declarando seu amor a uma dama inatingível. Amor impossível, afinal de contas, amor feliz não inspira poesia! A sensualidade deixa de ser tão reprimida; a mulher toma contornos mais “carnais”, adquirindo graças físicas e sensoriais; as idealizações femininas ganham atributos físicos: cabelos louros, olhos claros, lábios rubros, pele alva, maças do rosto róseas, postura discreta e elegante. Idealização física e moral.

Análise de um poema em medida velha

Cantiga sua partindo-se
João Ruiz de Castelo Branco

Senhora, partem tam tristes
Meus olhos por vós, meu bem, (1)
Que nunca tam tristes vistes
Outros nenhuns por ninguem.

Tam tristes, tam saudosos,
Tam doentes da partida,
Tam cansados, tam chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida. (2)

Partem tam tristes os tristes,
Tam fora d’esperar bem,
Que nunca tam tristes vistes
Outros nenhuns por ninguem.

Comentários:
· Trata-se da composição mais conhecida do Cancioneiro geral. Não se trata mais do dialeto galego-português, mas da língua portuguesa arcaica.
· Em (1), temos um exemplo de sinédoque, figura de linguagem em que o poeta utiliza a parte, os olhos, pelo todo (seus sentimentos, sua tristeza).
· Em (2), temos uma hipérbole, figura de linguagem usada para dar noção de exagero, no caso aqui, para exagerar a intensidade do sofrimento. Temos também um hipérbato, que consiste na inversão da ordem canônica (comum, tradicional) das frases. Na ordem direta, o verso ficaria assim: “cem mil vezes mais desejosos da morte que da vida”.
· Esquema de rima: ABAB – CDCCD – ABAB
· Medida velha, redondilhos maiores, 7 sílabas. Observação: na contagem de sílabas poéticas a seguir, quando forem usadas duas barras significa que a última sílaba foi descartada.

Se/ nho/ ra,/ par/ tem/ tam/ tris// tes
1 2 3 4 5 6 7

meus/ o/ lhos/ por/ vós/ meu/ bem,
1 2 3 4 5 6 7

que/ nun/ ca/ tam/ tris/ tes/ vis// tes
1 2 3 4 5 6 7

ou/ tros/ ne/ nhuns/ por/ nin/ guém
1 2 3 4 5 6 7




Postado por Fabi às 2:37 PM
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:: terça-feira, março 23, 2004 ::

Semana 1
Tema: Introdução aos Estudos literários e Trovadorismo

“A poesia existe nos fatos” (Oswald de Andrade)

Introdução aos Estudos Literários

ARTE: imitação (re)criativa da vida dos homens. Objetivo: educar, maravilhar, fazer pensar.

Literatura: arte da palavra; Ficção - conteúdos trabalhados de forma artística; Sentido CONOTATIVO das palavras - a palavra aparece com seus conteúdos alterados, passível de interpretações diferentes.

A linguagem poética explora o sentido conotativo das palavras, num contínuo trabalho de criar ou alterar os significados já cristalizados dessas mesmas palavras. Dessa forma, o leitor, ao interpretar o sentido conotativo das palavras, transforma-se em leitor-ativo do texto, em co-autor.

Funções da linguagem:
1. Função referencial ou denotativa: volta-se para a informação, para o próprio conteúdo. A intenção é transmitir ao receptor dados da realidade de uma forma direta e objetiva. Marcas textuais: objetividade, clareza, ordenação lógica do pensamento. Exemplos: linguagem jornalística, didática, científica.
2. Função emotiva ou expressiva: volta-se para o emissor e seu posicionamento em relação ao tema que está abordando, expressando seus sentimentos e emoções. O texto é um espelho do ânimo, das emoções, do estado de espírito do emissor. Marcas textuais: interjeições, pronomes e conjugações verbais em 1 ª pessoa, reticências, exclamações. Ex: depoimentos, diários, poesia lírica, narrativas confessionais.
3. Função apelativa ou conativa: volta-se para o destinatário, tendo como objetivo influenciá-lo, em forma de súplica, apelo, conselho. Marcas textuais: verbos no imperativo, uso de vocativos, 2 ª pessoa pronominal (tu/vós, você/vocês). Ex: propaganda, horóscopo, conselhos, broncas, advertências.
4. Função fática: volta-se para o canal de comunicação e o objetivo é testar seu funcionamento, sua abertura para o evento de comunicação. Não há marcas textuais específicas, uma vez que seu reconhecimento é feito pelo sentido. Quando percebemos que o diálogo quer simplesmente testar o bom funcionamento do canal, estamos diante da função fática. “Entendeu?”.
5. Função metalingüística: centrada no próprio código utilizado. O código é o tema da mensagem ou é utilizado para explicar o próprio código. Linguagem que fala da própria linguagem. Exemplos: dicionários, gramáticas, poemas que falam sobre o fazer poesia, narrativas que falam sobre escrever narrativas (Memórias Póstumas de Brás Cubas, A hora da estrela).
6. Função poética: volta-se para a própria mensagem, sua intenção é destacar a própria construção da mensagem, quer na seleção e combinação das palavras, quer na estrutura da mensagem. Ao selecionar e combinar de maneira particular e especial as palavras, o autor procura obter elementos fundamentais da linguagem poética: ritmo, sonoridade, o belo e o inusitado das imagens (figuras de linguagem).

O autor literário transcende ideologias, recria a realidade, buscando possibilidades de responder às questões existenciais da humanidade. A arte possibilita nosso contato com outras realidades, para que ampliemos nosso conhecimento. Literatura é forma de conhecimento.

Gêneros literários
[Pessoal, não vou me estender muito neste tópico, pois a apostila está bem completa nesta parte]

Lírico: identificamos este gênero quando, no texto, um “eu” nos passa uma emoção, um estado. A subjetividade surge como característica marcante do lírico; o poeta posiciona-se em face dos “mistérios da vida” a partir desta perspectiva pessoal. Mundo interior é a palavra-chave para identificarmos o lirismo na Literatura. Por isso, com o passar dos tempos, ele deixou de ser exclusivamente identificado na poesia e também se manifesta na prosa .
O nome deste gênero vem de lira, instrumento musical que acompanhava os cantos dos gregos. Por muito tempo, até o final da Idade Média, as poesias eram cantadas; separando-se o texto do acompanhamento musical, a poesia passou a apresentar uma estrutura mais rica. A partir daí, a métrica (número de sílabas poéticas), o ritmo das palavras, a divisão em estrofes, a rima e a combinação das palavras foram elementos cultivados com mais intensidade pelos poetas. No entanto, a poesia não precisa necessariamente ser composta por todos esses elementos. Na Modernidade, novos critérios entram em voga para se fazer poesia e, portanto, para avaliá-la também. A poesia do Modernismo, por exemplo, desprezou as regras rígidas; é uma poesia que se caracteriza pelo verso livre (abandono da métrica), por estrofes irregulares e pelo verso branco (sem rima). O que caracteriza com mais força a poesia moderna são as figuras de linguagem e as associações cada vez mais inusitadas de idéias e palavras. Outra modificação refere-se à idéia de eu-lírico. Enquanto no início o sujeito do texto depositava suas emoções no texto de uma forma, às vezes, até egocêntrica (como no caso do Romantismo), o eu-lírico da Modernidade (a partir do Simbolismo, com Charles Baudelaire, na França) deseja falar sobre seu “eu” interior para conectar-se ao todo, buscando uma integração com as grandes questões da humanidade.

Dramático: Drama, em grego, significa “ação”. Ao gênero dramático pertencem os textos, poesia ou prosa, feitos para serem representados. Aristóteles centrou-se nas seguintes modalidades:
Tragédia: os fatos representados na tragédia deveriam provocar compaixão e terror nos espectadores, estimulando-lhes a reflexão e o controle de suas emoções. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror”. Personagens são da alta estirpe, não apenas socialmente, mas moralmente, o que causa mais impacto naqueles que assistem, como pode sofrer tanto alguém justo e corajoso? As tragédias eram encenadas em Teatros de Arena. O destino inexorável (= do qual não se pode fugir) dos homens é o grande tema das tragédias.
Comédia: é a representação de uma fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Vale ressaltar que, desde a Idade Média, o capítulo dedicado à comédia, na Arte Poética de Aristóteles, está desaparecido. Composta de personagens populares, em que prevalece o ridículo e o grotesco das ações humanas. A origem grega da comédia está ligada às festas populares, celebrando a fecundidade da natureza.

Com o passar dos tempos, outras modalidades foram sendo desenvolvidas, tais como:
Tragicomédia: modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originariamente, significava a mistura do real com o imaginário.
Farsa e Auto [Pessoal, mais detalhes, além da apostila, veremos na aula sobre Gil Vicente, ok? ;) ]

Épico: A palavra epopéia vem do grego épos (verso) + poieô (faço), e se refere à narrativa, em forma de versos, de um fato grandioso e maravilhoso que interessa a um povo. É uma poesia objetiva, impessoal, cuja característica maior é a presença de um narrador falando do passado (os verbos aparecem no pretérito). O herói épico é especial por que, mesmo sendo humano portanto passível de erros e falhas, ganha proteção especial dos deuses, que vem ajudar a preencher suas limitações físicas. Moralmente, ele se desenvolve muito bem, fazendo desta jornada pátria, também um jornada pessoal.
Dentre as principais epopéias (ou poemas épicos), destacamos:
Ilíada e Odisséia, Homero, Grécia;
Eneida, Virgílio, Roma;
Paraíso Perdido, Milton, Inglaterra;
Os Lusíadas, Camões, Portugal.
Na literatura brasileira, algumas tentativas de epopéia foram escritas no século XVIII, durante o período do Arcadismo:
Caramuru, Santa Rita Durão [esse mesmo que deu origem ao filme do Guel Arraes, que fez bastante sucesso há alguns anos)]
O Uraguai, Basílio da Gama.

O gênero épico gestou o narrativo. Em meados do século XIX, temos, definitivamente, a consolidação da narrativa, amparada pelo desenvolvimento da imprensa e pela instituição do molde de família burguês, carente de diversão caseira.

Narrativo: compreende as narrativas em prosa, que, dependendo da estrutura, da forma e da extensão, são classificadas como romance, novela, conto ou fábula. Em qualquer das 3 primeiras modalidades citadas, temos representações da vida comum, de um mundo mais individualizado e particularizado, ao contrário da universalidade das grandiosas narrativas épicas, marcadas pela representação de um mundo maravilhoso, povoado de heróis e deuses.
Romance: narração de um fato imaginário, mas verossímil, que representa aspectos da vida humana. O romance apresenta um corte mais amplo da vida, com personagens e situações mais densas e complexas, com passagem mais lenta do tempo. Dependendo da importância dada ao personagem ou à ação ou, ainda, ao espaço, podemos ter romance de costumes, romance psicológico, policial, regionalista, histórico, etc.
Novela: apresenta um grande núcleo narrativo, cujo conflito maior somente será resolvido ao final; mas este grande núcleo é formado por várias pequenos conflitos e histórias de rápida resolução. Também há uma maior variedade de personagens, divididos em núcleos ou famílias, que podem ser temporários durante a narrativa ou permanecerem durante todo seu desenrolar.
Conto: narrativa breve, condensada, com forte carga de impacto e suspense, marcas fundamentais da unidade de efeito impactante, sua regra fundamental, teorizada por Edgar Allan Poe. Poucos personagens, espaço único, tempo curto.
Fábula: narrativa inverossímil, com fundo didático, que tem como objetivo transmitir uma lição de moral; trabalha com animais, atuando como humanos, como personagens. Quando os personagens são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo.

Não esqueçam: na Literatura moderna, os gêneros podem se misturar. O lírico com o narrativo, o dramático com o lírico... Grandes exemplos de narrativa lírica, poética são: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Mário de Andrade....

Trovadorismo
1189-1434 – datas limites
1189 é a possível data de “lançamento” da Canção da Ribeirinha, elaborada por Paio Soares de Taveirós, em homenagem a sua amada Maria Pais Ribeiro, que era amante de D. Sancho I.
1434 é o ano da nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, o que demarca o início do Humanismo.

Cantigas líricas: principal mote é o amor, mas com enfoques e características bem diferentes.
A autoria é sempre masculina, sendo cantiga de Amor ou de Amigo!

Cantigas de amor:
* Eu-lírico masculino;
* Origem Provençal (Provença, sul da França). Como chegaram na Península Ibérica (Portugal e Galiza)? Vinda de colonos franceses; peregrinações a Santiago de Compostela, na Galiza; vinda de cavaleiros franceses para lutar contra os mouros; casamento de nobres portugueses com damas provençais; intenso comércio entre Portugal e França.
* Ambiente palaciano (aristocrático);
* Vassalagem amorosa/coita d’amor;
* Mulher idealizada, ser superior;
* Feição mais analítica e discursiva, ou seja, o eu-lírico se põe a explicar seu amor e o conseqüente sofrimento pela dama.

Cantiga de Amigo
* Eu-lírico feminino (camponesa);
* Origem galego-portuguesa;
* Ambiente rural (popular);
* Amor leve, descompromissado;
* Espera da “moça” por seu “amigo” (amante sem compromisso firmado);
* Contato com a natureza durante esta espera, invocação a esses elementos, como se conversasse com eles: ondas do Mar de Vigo, flores;
* Mulher do povo, mais real, livre e concreta;
* A repetição no refrão marca a intensidade da espera, refrães animados, feitos para cantar e dançar. A circularidade do refrão e das parelhas sugere a dança;
* Caráter mais narrativo e descritivo, assumem sempre a feição de um diálogo poético entre a moça e a natureza, ou as amigas, que a acompanham na espera.


Mulher da nobreza: submissa, recatada, idolatrada.

Mulher do povo (camponesa); ensaiam uma certa liberação, ousam transgredir; não precisam obedecer a regras morais castradoras.

Cantiga satíricas: visam o riso, a diversão, a chacota. Normalmente, eram encomendadas por nobres para insultar desafetos pessoais.
Temas gerais: costumes ilícitos, notadamente do clero; covardia; decadência de alguns nobres; adultério; defeitos físicos; comportamentos escatológicos.

Cantigas de escárnio: sátira indireta (criação de um apelido para identificar o satirizado), ambigüidade na linguagem, ironia, linguagem mais leve.
Cantiga de maldizer: sátiras diretas com citação do nome e sobrenome do satirizado; vocabulário chulo, obscenidades, grotesco, escatologia.

Os tipos de artistas:
Trovador: era o poeta, em alguns casos de origem nobre, em outras, alguém que conseguira ter um certo destaque diante da nobreza devido ao talento; compunha, no caso dos nobres, sem preocupação financeira.
Jogral, segrel ou menestrel: homem de condição social inferior, que exercia sua profissão de castelo em castelo, entretendo a alta nobreza. Cantava poesias escritas pelos trovadores, alguns chegavam também a compor.
Soldadeira ou jogralesa: moça que dançava, cantava e tocava castanholas ou pandeiro. Algumas cantigas de amigo podem ter inspiração nestas moças.

Grandes Trovadores:
* Paio Soares de Taveirós
* Martim Codax
* João Garcia de Guilhade
* João Zorro
* D. Dinis, o Rei-Trovador (1261-1325): 6 º rei de Portugal, assumiu o trono com 18 anos, governou entre 1279 e 1325. Enfrentou várias rebeliões e a guerra contra Castela; mesmo assim encontrava tempo e recursos para o desenvolvimento cultural do país, sob seu governo foi criada a primeira Universidade portuguesa (1290). Maior número de cantigas, de todos os tipos. 138 cantigas! (76 de amor, 52 de amigo e 10 de maldizer).

Perfil histórico
A cultura trovadoresca, surgida entre os séculos XI e XII, reflete bem o momento histórico que caracteriza o período. Alguns fatos:
* Na Europa Cristã, a organização das Cruzadas em direção ao Oriente;
* Na Península Ibérica, a luta contra os mouros;
* O poder descentralizado e as relações entre os nobres determinadas pelo feudalismo;
* O poder espiritual e intelectual em mão do clero católico, detentor da cultura e responsável pelo manutenção do pensamento teocêntrico (Deus como centro de todas as coisas).

Causas da decadência do Trovadorismo
* Decadência do mecenatismo real: até a metade do século XIV, os reis portugueses mantinham jograis, segréis, menestréis e as soldadeiras na Corte. Consta que D. Pedro I de Portugal, por volta de 1366, foi o responsável pela extinção do lirismo jogralesco na Corte. Na França, esse lirismo já entrava em franca decadência, saindo do ambiente palaciano para as portas das tavernas.
* Aburguesamento de Portugal: nos anos de 1383-85, com a Revolução de Avis, Portugal conhece uma grande virada em sua estrutura econômico-social. A vida portuguesa começou a tomar novos rumos. Realizada a unidade geográfica, pacificado o reino, o país começou a expandir-se e a revelar um vigoroso espírito mercantil. A arte trovadoresca era essencialmente palaciana, não condizendo com a nova realidade portuguesa.
* Conflitos entre Portugal e Espanha: durante todo o Trovadorismo, o galego-português foi a língua usada por todos os poetas da Península, graças à importância de Santiago da Compostela, na Galiza, que, em função das peregrinações, influenciou culturalmente toda a região peninsular. Como na Galiza falava-se o galego-português, essa língua se sobrepôs às demais. Entretanto, a partir do reinado de D. Afonso IV, as relações entre Portugal e Espanha tornaram-se tensas, o que ocasiona uma separação não só da língua, mas também da Literatura. Cada nação procura formas próprias de expressão, abandonando o que era feito em comum.


Postado por Fabi às 2:43 PM
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:: sexta-feira, março 19, 2004 ::

teste, teste...

Postado por Fabi às 1:19 PM
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Obras que serão trabalhadas (Fuvest e Unicamp):

O velho da horta - Gil Vicente (Unicamp)

Memórias de um Sargento de milícias - Manuel Antônio de Almeida (Fuvest)

O demônio familiar - José de Alencar (Unicamp)

O primo Basílio - Eça de Queirós (Fuvest)

Memórias póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis (Fuvest)

A brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco (Unicamp)

Várias histórias - Machado de Assis (Unicamp)

Poesia completa de Alberto Caeiro - Fernando Pessoa (Fuvest)

Macunaíma - Mário de Andrade (Fuvest)

Libertinagem - Manuel Bandeira (Fuvest)

A hora da estrela - Clarice Lispector (Fuvest)

Sagarana - João Guimarães Rosa (Fuvest)

Brás, Bexiga e Barra Funda - Alcântara Machado (Unicamp)

Angústia - Graciliano Ramos (Unicamp)

Vestido de noiva - Nelson Rodrigues (Unicamp)

Manuelzão e Miguilim - Guimarães Rosa (Unicamp)

Os cus de Judas - Antonio Lobo Antunes (Unicamp)




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